Você já foi perseguida (o) nas redes sociais, por telefone ou mesmo fisicamente? Já teve algum cliente bisbilhotando sua vida em qualquer um desses meios? Ou então, você mesmo já se dedicou por horas ou dias a investigar e observar a vida de alguém?
Diante de tantos benefícios que a internet nos trouxe, nesse pacote também inclui os problemas, e entre eles, o stalking. Embora não seja algo específico do mundo virtual, contribuiu, e muito, para a prática dessa conduta, que agora é crime.
O que é um stalker?
Não entendeu ainda do que estou falando? O termo stalking significa perseguição, seja ela virtual ou no mundo físico. É quando alguém começa a te perseguir de maneira invasiva e intimidadora, te deixando incomodado(a) e/ou inseguro(a).
Segundo a médica psiquiatra Ana Beatriz Barboza Silva, autora bestseller Mentes Perigosas: o psicopata mora ao lado – stalking é também um tipo de bullying e o stalkeador, muitas vezes, sente prazer em coagir, constranger e ameaçar a vítima.
Crime de Stalking
Recentemente, e mais precisamente no mês de abril deste ano, que o atual presidente sancionou a Lei 14. 132 que trata essa prática como crime, com penalidade de reclusão de seis meses a dois anos, mais multa. Essa pena é aumentada se a vítima for criança, adolescente, idoso ou mulher.
Nos Estados Unidos, desde 1990, já começam a aprovar uma lei para punir os praticantes e até o ano 2000 todos os Estados já se beneficiavam dela.
É comum, por exemplo, seguirmos nas redes sociais os nossos ídolos, os crushs ou alguém que admiramos, da mesma forma que também nos seguem virtualmente. Porém, existe um limite aceitável socialmente e agora também juridicamente.
A partir do momento que esse seguidor começa a incomodar frequentemente, talvez seja a hora de abrir o olho e observar se não está sendo uma vítima de um stalker.
Os stalkears na vida do profissional acompanhante
É comum que muitos acompanhantes criem um nome fictício ou nome fantasia para trabalhar, seja por anúncios ou mesmo em boates e casas de massagens, para que não seja descoberto por familiares ou amigos, e manter sua privacidade.
Para os clientes ocultamos, na maioria das vezes, tudo da nossa vida particular, endereço, onde estuda, nome verdadeiro, telefone pessoal e etc, a fim de nos proteger. Mas basta um pequeno vacilo para que alguns deles busquem mais informações e usem isso contra a gente.
Porém, se esconder hoje em dia na internet não é algo muito simples. Basta um nome verdadeiro para encontrar as redes sociais dessa pessoa.
Ouvi por diversas vezes histórias de colegas acompanhantes que foram encontradas no Facebook, por exemplo, por um de seus clientes.
Com uma delas, o cliente fez valer seu poder de perseguidor. Descobriu seu endereço, seu outro trabalho, onde sua família morava e passou a chantageá-la caso ela se recusasse a atende-lo. Foram semanas de muita dor de cabeça até negociar um acordo com ele para que parasse.
Como eu disse anteriormente nesse artigo, o perseguidor perturba e ameaça, essa situação pode desencadear vários tipos de transtornos para saúde mental da acompanhante. Uma alta carga de estresse pode provocar consequências como um ataque de pânico, ansiedade, insônia e até uma depressão.
Infelizmente, muitos acompanhantes não fazem um boletim de ocorrência, para que não tenha que expor o seu trabalho, principalmente se viver em uma cidade pequena.
Como proceder se perceber que é vítima de stalking?
Você vai perceber que está sendo uma vítima de stalking quando notar que o perseguir te incomoda de várias maneiras ou muitas vezes por um único meio. Isso inclui mensagens de aplicativos, comentários ofensivos nas redes sociais, ligando, “esbarrando” em você em lugares ou em horários incomuns.
Vale ressaltar que acompanhantes podem sofrer stalking também de colegas da profissão que se sentem ameaçados, ou de familiares e conhecidos que descobrem sua profissão e usam disso para chantagear.
Primeiramente, tente se acalmar, para raciocinar melhor. Logo após, se já tem conhecimento de quem é o perseguidor, converse com ele, de uma maneira que você possa comprovar futuramente, sobre o comportamento dele (a) e peça que pare imediatamente. Mas não o ameace dizendo que vá a polícia, pois a perseguição pode piorar.
Conte a uma pessoa que seja sua amiga ou amigo, e passe a registrar printando e gravando tudo que for possível. Se e pessoa te liga, ative o modo gravação no seu celular para que você tenha provas concretas.
Caso ela te ligue excessivamente, arrume um número novo e deixe o antigo funcionando para que ela não perceba a troca.
Ao perceber que o perseguidor continua insistindo em fazer contato ou te ameaçando de alguma força, vá a uma delegacia e faça um boletim de ocorrência o mais rápido possível. Não espere demais para que toda as investidas do stalkear aumente e piore a situação.
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