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O Que Leva Uma Pessoa a Trabalhar Como Acompanhante?

O Que Leva Uma Pessoa a Trabalhar Como Acompanhante?

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Redação josef.santos

3 minutos de leitura

O que leva alguém a ser acompanhante? Você certamente já se perguntou isso, não é mesmo? A verdade é que os motivos podem variar desde a necessidade de um trabalho mais urgente, a falta de oportunidade, até por simples prazer e opção – a chamada vocação.

Se você é acompanhante, possivelmente já foi surpreendida (o) com os seguintes questionamentos: “Por que você é acompanhante? Não tinha outra opção?”, ou ainda, “Você não conseguiu arrumar um emprego normal?”. Certamente, essas perguntas machucam e precisam ser debatidas. Seja o motivo que for, quem trabalha no ramo merece o mesmo respeito que qualquer outra pessoa e profissão exigem.

Acompanhante Por Vontade Própria: Por Que Isso Ainda Causa Espanto?

Geralmente, as (os) acompanhantes que dizem que optam por esse tipo de trabalho porque querem, e gostam, são os (as) que sofrem mais preconceitos e julgamentos. Afinal, por que isso acontece?

Em primeiro lugar, precisamos lembrar que vivemos em uma sociedade extremamente preconceituosa. Logo, tudo aquilo que foge do “convencional” tende a causar espanto e repúdio. Portanto, é preciso que essa mudança de pensamento comece por nós mesmos.

Para você ter uma ideia de o quanto esse tipo de preconceito é retrógrado (assim como todo o tipo de preconceito)a Fatal Model realizou uma pesquisa com anunciantes da plataforma, revelando que, dos respondentes, 22% estavam de fato desempregados quando iniciaram na profissão e 16% precisavam sustentar os filhos quando optaram por trabalhar no mercado adulto. 

Ainda, menos de 1% afirmou ter iniciado na profissão por estar passando fome, e, em contrapartida, 16% dos acompanhantes asseguraram terem ingressado na carreira por vontade/vocação. Mas o mais surpreendente ainda está por vir: 89% dos acompanhantes que participaram da pesquisa relataram gostar de atuar na profissão.

Sem dúvidas, essa pesquisa serve para abrir a mente das pessoas, mostrando que é possível, sim, tanto entrar nessa profissão por escolha quanto ser realizado (a) trabalhando nela.

Acompanhantes Trans: a Falta de Oportunidade Também Leva à Profissão

É claro que, embora muitas pessoas realmente optem por trabalhar no ramo de acompanhantes, existem outras tantas que entram na profissão por falta de oportunidades – o que é ainda mais refletido no público trans (que a plataforma também abrange).

É inegável que os trans buscam trabalhar com pessoas e empresas que os aceitem e os respeitem acima de tudo, porém, no mercado tradicional isso está muito longe de acontecer.  Faça um teste: quando foi a última vez que viu uma pessoa trans atuando como médica, advogada ou professora? Existem pessoas trans nessas áreas? Existem, mas são poucas. 

Nesse caso, há, normalmente, dois caminhos no mercado convencional: as pessoas que optam por trabalhar no comércio e precisam lidar diariamente com situações constrangedoras ou as que optam por trabalhar isoladas em frente a uma tela de computador sem contato com terceiros. Em ambas as situações, os extremos podem causar problemas de autoestima e psicológicos.

Já o ramo de acompanhantes é totalmente diferente. É a primeira válvula de escape para o público LGBTQIA+ porque é um meio em que eles se sentem acolhidos, desejados e, muitas vezes, respeitados, diferentemente do setor tradicional.

Independentemente do que leva à profissão, ela ainda sofre muito com o preconceito

É inegável que, como acompanhante, principalmente em se tratando de mulheres e trans, os riscos de sofrer qualquer tipo de violência são muito maiores. Esse fato também corrobora para o preconceito a essa profissão, que tende a ser vista como vulnerável e até mesmo submissa em relação a quem contrata os serviços. 

Assim, esses profissionais precisam lutar constantemente contra o preconceito da própria família, amigos e da sociedade como um todo. No entanto, é preciso levar em conta que toda profissão tem seus problemas e pontos negativos. 

Portanto, da mesma forma que a decisão de uma pessoa em se tornar médico ou policial não é questionada, quem trabalha como acompanhante não quer dar explicações quanto à sua decisão. Eles apenas querem, e merecem, o respeito de todos, assim como outras profissões também são respeitadas.

Confira o vídeo completo sobre o tema no canal da Fatal Model no Youtube:

https://www.youtube.com/watch?v=fGlpOGMFX5U&t=2s

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