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Dia Nacional do Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

Dia Nacional do Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

Foto de Redação josef.santos

Redação josef.santos

3 minutos de leitura

O Dia Nacional do Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes existe por um triste motivo que não é lembrado. Em 18 de maio de 1973, Araceli Crespo, do Espírito Santo, de apenas 8 anos, foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada, e seus agressores nunca foram punidos.

Um jeito triste e pesado de começar este texto, mas é um assunto que não há forma leve de tocar, o que podemos fazer é falar sobre isso, para justamente evitar que aconteça, porém, essa é a parte mais difícil, FALAR.

Dificilmente você conversará com uma mulher e ela dirá que nunca sofreu algum tipo de violência sexual, o que muitos pensam se resumir apenas ao ato em si, o que está equivocado. É caracterizado como violência sexual qualquer contato físico forçado, como beijos e o toque em outras partes do corpo.

Entenda a diferença entre os termos:

  • Importunação sexual:

Informação é poder, e muitos de nós por falta de informação, já passamos por alguma dessas situações e achamos “normal” ou simplesmente não demos bola. Importunação sexual é qualquer ato não consentido de cunho sexual que geralmente ocorre em espaço público e sem uso de força, como a cantada quando simplesmente andamos na rua, homens que se masturbam em ônibus e se esfregam em mulheres, o que infelizmente é cada dia mais comum e chega a passar despercebido. Essa conduta é crime e está na Lei nº  13.718/18, cuja pena varia de 1 a 5 anos.

  • Assédio sexual:

O assédio, o mais vivido entre as mulheres, se caracteriza quando há hierarquia envolvida entre o assediador e a vítima, podendo ser através de insinuação, ligações, favorecer ou prejudicar alguém apenas pelos seus atributos físicos,qualquer contato físico não desejado e o estupro em si. Quantos homens e mulheres já não sofreram esse tipo de assédio vindo do(a) chefe? Lembrando que homens também sofrem assédio, em número muito menor, mas sofrem, e chega ser motivo de piada quando denunciam, “devia agradecer, quem me dera”, são coisas que outros homens chegam a falar. Assédio é assédio não interessa o gênero, passou a ser crime previsto no art. 216-A do Código Penal, com pena de 01 à 02 anos de prisão.

  • Abuso sexual:

Este termo é usado quando a vítima é criança ou adolescente, e consiste em qualquer ação que o abusador impõe à vítima, de natureza sexual, das quais ela não tenha condições de discernir, consentir ou resistir. Abusadores quase sempre se valem de uma relação de confiança e afeto para induzir a vítima, parentes próximos, amigos, raramente são pessoas desconhecidas para a criança, e por isso elas têm tanta dificuldade em falar do ocorrido, uma vez que pensam que não acreditariam nela, ou que seriam punidas.

Não condene o sexo na criação dos seus filhos

Hoje eu sou mãe de um adolescente, e sei o quanto é importante falar de sexo com ele. Difícil para nós, pais é saber o momento, mas isso eles mesmos é quem determinam, precisamos estar atentos para saber quando o interesse deles começa, e falar a respeito.

Fui uma criança totalmente reprimida sexualmente, na minha casa sexo era errado, sujo, praticamente coisa do demônio. Sofri abuso sexual dos 6 aos 10 anos, pelo que me lembro, por alguém muito próximo da família, nunca senti confiança em contar aos meus pais justamente por isso, pelo fato de qualquer coisa sexual ser tão horrível e condenável, como eu iria contar sem sofrer consequências?

Infelizmente toda vítima sente culpa. Se meus pais tivessem falado abertamente sobre o assunto comigo talvez eu tivesse conseguido contar e o abuso teria cessado, não os culpo por isso ter ocorrido, mas culpo por não terem me proporcionado um ambiente seguro para contar.

Então se você tem filhos, escute-os, não os condene por sentirem interesse pelo próprio corpo, por estarem descobrindo o prazer, isso é natural e até biológico, e ensine-os quem pode os tocar, e onde.

Acompanhantes também são vítimas

Neste assunto quase não temos voz, somos dificilmente levadas a sério e muitas vezes só falta falar “mereceu”. Profissionais do sexo são diariamente violentadas, em maioria por clientes, e se quer chegam a denunciar porque não teriam a atenção da Justiça. É quase como a esposa abusada pelo marido, como se a mulher estivesse ali para servir sexualmente, então não pode reclamar e nem há como ser crime.

A exploração sexual de acompanhantes ainda é um sério problema, mesmo com a autonomia que a Internet nos deu, ainda temos muitos profissionais do sexo sendo agenciados, e entenda, isso é TOTALMENTE DIFERENTE do que um site, como a Fatal Model propõe.

Agenciadores tomam parte do dinheiro de cada profissional, a cada atendimento realizado, o que é considerado Crime de Cafetinagem, já a Fatal Model tem seu lucro através dos anúncios, como qualquer site de publicidade.

Por fim, se você sabe ou desconfia de qualquer crime de natureza sexual e exploração de menores, acesse os Canais de Denúncia para mais informações. E em casos de violência contra a mulher Ligue 180. DENUNCIE

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