Você sabia que o Ceará é um dos estados brasileiros com maiores índices de exploração sexual do Brasil – principalmente de menores de idade? Meninas vendem seu trabalho por pouco mais que nada (R$ 10,00, R$ 15,00) nas rodovias que ligam à capital cearense, nos postos de combustíveis que abrigam pernoite de caminhoneiros e onde mais for necessário, onde acabam correndo todos os tipos de riscos e violências.
Trabalhar nessas condições, além de ilegal, quando se trata de menores de idade, fortalece a exploração sexual, sendo uma grande problemática no estado nordestino – e, claro, em todo país. Por isso, combater esse tipo de crime é tão necessário e urgente.
Para os profissionais do sexo que atuam na região, existe uma forma bastante eficaz de prevenir que a exploração avance e prejudique ainda mais a vida de quem trabalha no ramo: a prevenção. Há uma série de cuidados que todos os acompanhantes precisam manter como forma de se proteger e evitar os riscos da profissão. A prevenção, além de salvar a vida desses profissionais, também evita que abusos e a exploração continuem fazendo suas vítimas.
Por isso, a partir de agora, você irá conferir algumas dicas fundamentais que garantem mais segurança para acompanhantes e minimizam os danos causados pela profissão – como o próprio risco da exploração sexual.
Fique atenta ao local de atendimento
Seja em local próprio, em hotéis ou motéis, é sempre fundamental ter atenção na hora de receber ou encontrar o cliente. Embora os atendimentos em locais públicos (hotel, motel) possam ser mais seguros, o cuidado precisa permanecer. Nesses casos, é bom evitar locais muito distantes da sua região ou “no meio do nada”. Aliás, saber o nome dos locais próximos ao de atendimento é importante para caso precise de ajuda.
Já para as profissionais que atendem em local próprio, é preciso ter alguns cuidados específicos. Atendimentos na madrugada devem ser evitados, pois tendem a trazer mais riscos e ser mais difícil de chamar socorro quando necessário.
Também é bom evitar receber mais de uma pessoa no mesmo horário. Duas pessoas (ou mais) podem cometer atos violentos com mais facilidade e deixar a acompanhante facilmente imobilizada.
Objetos de valor ou muito pessoais (como fotos da família) devem permanecer bem guardados. Isso evita o risco de furtos e exposições desnecessárias. Da mesma forma, consumir bebidas alcoólicas também não é a melhor opção – primeiro, porque podemos facilmente perder a noção das coisas e, segundo, porque não sabemos como o cliente pode agir com o efeito do álcool.
É importante ressaltar que essas dicas são válidas para todos os clientes, mas, especialmente, para aqueles que você irá atender pela primeira vez – portanto, não conhece. Mas, de qualquer forma, lembre-se de dosar muito bem a confiança depositada em clientes que você já conhece e tem intimidade. Todo cuidado é sempre necessário. Qualquer ato violento no atendimento é exploração sexual.
Não faça tudo por dinheiro
Não é porque você é profissional do sexo, e está recebendo para isso, que precisa fazer absolutamente tudo o que cliente desejar. É fundamental que você respeite as suas limitações e deixe isso bem claro para a outra pessoa. Topar tudo pelo dinheiro e passar por cima dos seus medos e restrições pode acarretar sérios problemas psicológicos.
Lembre-se: se o cliente não gostou que você negou algum de seus pedidos, tome cuidado com reações violentas. Você jamais poderá ser forçada a nada! Por isso, é bem importante conversar antes do entendimento para alinhar as expectativas do cliente (o que ele espera do seu desempenho) ao que você está disposta a fazer.
E por falar em dinheiro, não aceite menos do que você cobra – mesmo que a pessoa ache o valor alto. Há mulheres que topam receber qualquer quantia e fazer tudo o que o cliente pede – e isso também configura exploração sexual.
Exija, sempre, respeito
A profissão de acompanhante não é ilegal – pelo contrário, é regulamentada. Portanto, profissionais do sexo são trabalhadores como de qualquer outro ramo e merecem o mesmo respeito. Há uma imagem totalmente equivocada de que quem trabalha com sexo é inferior e, por isso, pode ser tratado de qualquer maneira – mas isso não é verdade e essa atitude não pode ser naturalizada.
É preciso lembrar que violência não é só física, ela também pode ser verbal e psicológica – e a falta de respeito pode se enquadrar em qualquer uma delas. E claro, só para reforçar: tudo isso também são atitudes praticadas por quem explora sexualmente esses profissionais.
Portanto, seja em Fortaleza ou em qualquer outra cidade do Brasil, é preciso que todo profissional do sexo encontre dignidade no seu trabalho. Qualquer atitude que não corresponda a isso, que destrate a profissional de alguma maneira, que a prejudique ou a desmereça, irá contribuir para a exploração sexual continuar sendo um problema sério a ser combatido em todo o país.
Se você conhece uma situação de exploração, DENUNCIE!