Você sabia que o maior número de rotas para turismo sexual, no Brasil, é encontrado no Nordeste, mais especificamente na cidade de Maceió (capital de Alagoas)? Mas, para discutir esse assunto, primeiro, é preciso entender o que é o turismo sexual.
A Organização Mundial do Turismo define o turismo sexual como viagens organizadas no setor turístico, ou fora dele, utilizando as suas estruturas e redes com o principal objetivo de estabelecer contatos sexuais com os residentes do destino. A prática, portanto, é atrelada ao comportamento de turistas (estrangeiros ou não) que frequentam as metrópoles e pontos turísticos brasileiros (com o caso de Maceió) em buscas de contatos sexuais.
Embora, em um primeiro momento, o turismo sexual possa parecer inofensivo, a prática pode acarretar problemas sérios, como a exploração sexual (inclusive infantil) e os mais diversos tipos de violência. Portanto, é preciso ter muito cuidado antes de embarcar nesse tipo de aventura.
Turismo sexual pode ser uma rota muito perigosa
O turismo sexual, seja no Nordeste ou em qualquer região do país, pode acarretar uma série de problemas graves. Se a prática acontecesse apenas de maneira espontânea (por acompanhantes que realmente querem e procuram esse trabalho) e legal (profissionais maiores de idade e fora dos contextos de exploração), tudo bem. Mas, infelizmente, não é assim o que acontece.
Nessa modalidade de sexo pago, os casos de exploração sexual, inclusive infantil, são registrados com enorme frequência. Muitas crianças e adolescentes acabam forçadas a trabalhar no ramo, seja com promessas de melhoria de vida ou sob os mais diversos tipos de ameaça.
Nesses casos de turismo sexual atrelado à exploração, a prática envolve a cumplicidade e omissão de diversos setores comerciais que, direta ou indiretamente, são envolvidos nesse sistema. Nisso se incluem agências de viagem, guias turísticos, taxistas, barracas de praia, hotéis, motéis, restaurantes, etc. E isso acontece porque o comércio (e quem depende dele) também acaba ganhando com o turismo sexual – mas, claro, um dinheiro de origem criminosa.
É importante ressaltar que a exploração sexual de crianças e adolescentes é crime, e a lei brasileira não penaliza somente quem pratica, mas também quem facilita ou age como intermediário. Afinal, a sociedade precisa denunciar e repudiar essa prática, mas jamais acobertar ou dela tirar alguma vantagem.
Acompanhantes maiores de idade, e por livre vontade, podem sair com turistas
É preciso deixar claro que fazer programa com turistas que chegam até a cidade da/o acompanhante não é ilegal e não precisa ser um problema. Essa, aliás, pode ser uma excelente alternativa para profissionais do sexo que vivem em cidades turísticas no Brasil. O que precisa ser repudiado e denunciado é o turismo sexual pautado na exploração.
Ainda assim, todo acompanhante precisa ter cuidado redobrado ao sair com estrangeiros. Por norma, quem chega de fora pode ter uma imagem deturpada da mulher (principalmente) brasileira, fazendo com o que o tratamento possa ser desrespeitoso e até mesmo violento.
Por isso, antes de sair com um estrangeiro, é importante avisar pessoas de sua confiança, mandar a localização do encontro e, de preferência, atender em locais públicos (hotéis e motéis). Essas são formas de prevenir situações de risco durante o encontro.
Por fim, cabe o alerta: se você se deparar com situações de exploração sexual – seja infantil ou não – denuncie. Inclusive, a denúncia contribui para que os profissionais sérios do ramo conquistem mais respeito e espaço com a profissão, já que muitas pessoas ainda têm a visão equivocada de que todo acompanhante trabalha ilegalmente ou é explorado de alguma maneira. A denúncia pode ser feita pelo Disque 100 totalmente anônima e gratuita.