Por Paloma Carvalhar
Prazer, eu sou a Paloma Carvalhar, Psicanalista e a mais nova colunista convidada deste blog. O meu match com o Fatal aconteceu quando eu conheci o podcast Acompanhadas e percebi que saúde mental é um assunto pouco abordado no universo do mercado adulto. Foi um daqueles encontros que dão certo: de um lado, o Fatal buscando abordar cada vez mais esse tema para ajudar na qualidade de vida do seu público; do outro lado, eu animada em contribuir com este universo trazendo ciência e teorias psicanalíticas, de uma forma prática para o dia a dia e sem tabus.
Já estamos no mês de setembro. Você lembra quais eram as metas que você estabeleceu em janeiro para o seu ano de 2023? Podiam ser metas como cuidar mais do seu corpo, ter mais dinheiro, evoluir no trabalho, construir novas relações, comprar um carro, realizar uma viagem, fazer um novo curso ou ter mais qualidade de vida, por exemplo. Para muitas pessoas, essa lista de resoluções de ano novo se perdeu ou não faz mais sentido. Pensando nisso, eu separei aqui 7 dicas que vão te ajudar a chegar ao final do ano com aquela sensação de missão cumprida e de que 2023 valeu a pena.
1 – Organize sua rotina
Se o dia possui exatas 24 horas e você passa a maior parte dele vivendo em função de se adaptar aos imprevistos que surgem devido à falta de planejamento, dificilmente sobrará tempo e energia para que você se dedique aos seus objetivos. Organize as suas tarefas recorrentes, incluindo minutos ou horas que serão um compromisso para que você se dedique às suas metas de curto, médio e longo prazo. Atualmente existem diversas ferramentas gratuitas disponíveis para organização de agenda e rotina.
O Google Agenda é um exemplo disso: é um aplicativo gratuito, intuitivo, fácil de manusear, com funções que te permitem colocar quais são os compromissos que se repetem (assim você não precisa anotar o mesmo compromisso várias vezes), e te permite também diferenciar as tarefas por cores para que você visualize quais áreas da sua vida estão ocupando mais do seu tempo.
2 – Coloque metas de forma realista
Existe uma frase do Bill Gates que diz o seguinte: “O homem superestima o que ele pode fazer em um ano e subestima o que ele pode fazer em dez anos”. Quanto mais pressa nós temos para bater uma meta, mais energia física e mental nós gastamos e, portanto, mais propensos a desanimar nós ficamos. É mais saudável e mais produtivo encararmos a vida como uma maratona, com pausas, prazos realistas e constância, do que vivermos como se estivéssemos em uma corrida de 100 metros que exige picos de energia e traz muito mais cansaço.
3 – Ative os circuitos do seu cérebro de forma assertiva
Quando nós estabelecemos uma meta, podemos usar a neurociência a nosso favor, ativando os circuitos corretos do cérebro. Imagine que todos os dias você faz as coisas apenas por obrigação, termina o dia com mau humor e cansaço, e não te sobra energia para fazer mais nada, mas você segue fazendo isso porque as contas não param de chegar. Neurologicamente, o seu cérebro ativa uma região chamada “Amígdala cerebral” que é relacionada às emoções, que nesse caso são o medo e a ansiedade. Você está indo trabalhar por medo de faltar dinheiro para pagar as contas. Num contexto como esse, o foco do seu cérebro é a sobrevivência.
Como toda a energia cerebral é direcionada para esse objetivo, áreas relacionadas à criatividade, boas ideias e execução de metas não recebem energia suficiente e ficam comprometidas. É como se o seu cérebro dissesse “por que é que eu vou pensar em viajar, ter um relacionamento, emagrecer ou juntar dinheiro, por exemplo, se eu não sei nem se estarei vivo amanhã?” Por isso, incluir na sua rotina atividades que te dão prazer é muito importante: para que o seu cérebro ative o que nós chamamos de Circuito de Recompensa, e se permita usar energia para metas de médio e longo prazo. Seu corpo vai sentir mais bem-estar e mais disposição para executar tarefas.
4 – Escreva suas metas e recompensas em um papel ou mural que você visualize todos os dias
Desenhar a planta de uma casa e o plano de construção é muito mais assertivo do que colocar os tijolos de forma desordenada, desperdiçar energia e correr o risco da casa desmoronar antes de ficar pronta, não é mesmo? Isso acontece com a nossa vida. Quando nós conseguimos visualizar nossas metas com passo a passo, elas ganham forma e fica mais fácil construir qual será o caminho para chegarmos lá.
5 – Invista em autoconhecimento
Infelizmente, às vezes nós somos o nosso próprio inimigo, com mecanismos de autossabotagem ou autopunição, por exemplo. Portanto, fazer um mapeamento de quais são seus pontos fracos, reconhecer suas próprias vulnerabilidades e compreender quais são os propósitos por trás de cada meta são aspectos fundamentais desse processo de realização e crescimento. Nesse sentido, é importante que você tenha auxílio de um profissional de saúde mental, que pode ser um psicólogo ou psicanalista e vai te ajudar a ter melhores resultados.
6 – A cada semana ou mês, celebre o que você já realizou
Lembra que o nosso cérebro precisa entender que não estamos em modo sobrevivência? Uma das formas da gente manter a energia e motivação é estabelecendo pequenas formas de recompensa e pausas pelo caminho, que vão ajudar o nosso corpo a produzir substâncias, hormônios e neurotransmissores ligados ao prazer e bem-estar, como a dopamina, a endorfina e a serotonina, por exemplo. Pode ser algo como comer algo gostoso, se exercitar ao ar livre, ter contato com o sol, se reunir com seus amigos ou fazer uma pequena viagem.
7 – Quando achar necessário, reflita sobre quais metas ainda fazem sentido para você
Nossa vida é rodeada de fatores externos, com desafios e surpresas boas que aparecem pelo caminho. Nós estamos em constantes mudanças, e é natural mudarmos nossas ideias sobre alguns assuntos. Portanto, vez ou outra, revisite os seus objetivos e reflita se eles continuam condizentes com a pessoa que você é atualmente. Não tenha medo de recalcular a rota quantas vezes julgar necessário. É fundamental que a gente se permita aproveitar a jornada.
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