A resposta ao título deste texto vai parecer óbvia para alguns (espero que para muitos), porém nem tanto para outros, afinal essa é uma pergunta que todos nós acompanhantes ouvimos com muita frequência. Então, nós que já trabalhamos com intimidade, fazemos sexo fora do trabalho? Com que frequência? Onde vivem essas pessoas? O que comem? Quase um Globo Repórter de curiosidades, não é mesmo? Mas sim, nós temos vida sexual fora do trabalho, igual a todo mundo, até porque trabalho e lazer são coisas totalmente diferentes. Vem que eu vou te explicar melhor.
Não é porque você trabalha com eventos que nunca vai a uma festa
Sou fã de analogias como podem já ter percebido, então vou te trazer uma que vai deixar toda essa conversa mais clara. Indo além da vida sexual. Suponha que você trabalhe com eventos, como garçom/garçonete, você está lá todos os dias servindo as pessoas da forma mais educada possível, e de vez em quando até consegue curtir a música, provar a comida, e se divertir um pouco, mas você ainda está ali a trabalho, com horário para chegar e ir embora, inclusive em dias que você não está muito afim. Se você tivesse esse trabalho, sua vontade de ir a festas, ou ambientes parecidos, acabaria?
Diferentes contextos e objetivos
Ainda seguindo a analogia acima, pense agora em você no seu dia de folga, num bar, sem hora pra chegar ou sair, apenas curtindo, com amigos e pessoas que você gosta, com reciprocidade. Muito diferente de estar num evento a trabalho, correto? Para nós, tratando-se de sexo, podemos dizer que é exatamente assim. O fato de fazermos sexo no trabalho não anula o fato de ainda sentirmos vontade de transar fora dele, muito menos torna essa intimidade a mesma coisa. Estar com um cliente pode ser sim muito agradável (hoje posso dizer que pra mim é em 95% dos atendimentos), mas ainda é trabalho, estamos atentos ao horário, linguagem corporal, segurança, satisfazer o cliente, dar atenção. Muito diferente do que é estar com alguém na vida pessoal, onde simplesmente relaxamos sem precisar se preocupar com mais nada.
Será que ficamos mais exigentes?
Diga oi para mais uma analogia. Se você, no seu trabalho, tivesse acesso a um computador super veloz, moderno e funcional, você optaria por usar esse computador do trabalho, onde você ainda é pago pra isso, ou usar o seu de casa que anda lento e travando? Bom, você já tem a resposta. Agora pense se nós, no trabalho, temos clientes que nos tratam bem, são educados, gentis, e às vezes até sexualmente agradáveis, e ainda somos pagos pra isso, você acha que fora do trabalho vamos aceitar o “primeiro computador” que aparecer? Ele precisa pelo menos ou ser tão bom quanto, ou superar o do trabalho. Caso contrário, ficamos com ele e somos pagos para isso.
Tratando-se de nós mulheres, infelizmente passamos boa parte da vida, senão toda ela, sem saber o que é ser bem tratada, quando descobrimos, e muitas vezes isso acontece conosco enquanto somos acompanhantes através de clientes, percebemos o que na verdade é o mínimo a se esperar. Muitos homens nos tomam como super exigentes, quando só passamos a enxergar e exigir o que muitos não conseguem dar: o mínimo. Então, se ainda há dúvidas, saibam que sim, obviamente temos vida sexual fora do trabalho, só nos tornamos mais seletivos.
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