>
>
Conteúdo adulto e o debate sobre rótulos

Conteúdo adulto e o debate sobre rótulos

Foto de Redação josef.santos

Redação josef.santos

2 minutos de leitura

Estamos em 2024 e inúmeros relatos dão conta das grandes mudanças ocorridas no mercado do sexo pago neste pós-pandemia. Provavelmente, a maior mudança fale mesmo do aumento grande de pessoas que trocaram o atendimento presencial pela criação de conteúdo adulto, explícito ou não. Muitas acompanhantes, dadas as dificuldades impostas por um vírus assustador, desconhecido e mortal, se jogaram com sucesso neste nicho, voltando ou não a atender presencialmente após a chegada da vacina.

A polêmica entre criadores de conteúdo

No entanto, anos depois deste boom, temos visto criadoras se revoltando ao ler a expressão “prostituição virtual” como indicadora do conteúdo que produzem. Numa tentativa boba e ineficaz de fugir do estigma, recusam o rótulo, sem querer amplificar o estigma sobre quem atua apenas ou também virtualmente. Mas qual, afinal, a diferença entre um modo de atuação ou outro? São essas criadoras de conteúdo prostitutas virtuais ou não?

Vejo que nomear esses diferentes modos de atuação ao longo da história já criou pano pra manga, e como! Mesmo na Grécia Antiga, primeiro Estado a regulamentar o trabalho com o sexo, havia diferentes categorias de profissionais.

A importância do termo “Sex Worker”

Para resolver parcialmente esta questão, a atriz, cantora, prostituta e ativista Carol Leigh, falecida em 2022, criou, em 1978, o termo “sex worker”, trabalhadora do sexo. Este termo é um grande guarda-chuva, englobando todas as atividades que conhecemos na indústria do sexo. Deste modo, acredito que as criadoras de conteúdo que procuram se afastar do estigma, rejeitando o rótulo de prostitutas virtuais, perdem tempo. Este estigma, o da prostituição, não é algo com o que escolhemos conviver, mas sim algo que persegue a todas as mulheres que fogem da norma.

E eu fico feliz em perceber que muitas delas já entenderam que a grande coisa não é fugir dele, jogando seu peso para outras mulheres na indústria, mas nos unirmos contra eles. Somos todas trabalhadoras sexuais, independente de nosso nicho de atuação. Todas embaixo deste grande guarda-chuva, lutando juntas por respeito e dignidade na nossa profissão!

Leia mais da nossa colunista Monique Prada:

https://fatalprod.josef.com.br/blogcolunistas/camisinha-e-a-melhor-amiga-das-acompanhantes/

Filtre por título

Compartilhe este artigo:

Assine nossa newsletter
para receber mais conteúdo