Se você leu meu último texto aqui no blog, sabe do martírio que enfrentei há algumas semanas para gravar com um suposto “criador de conteúdo”. O erro foi meu ao acreditar que um simples date de aplicativo poderia ser útil o bastante para as minhas plataformas. Foi então que tive uma ideia: e se eu contratasse um acompanhante?
Comecei minhas buscas e me surpreendi com a dificuldade em encontrar algum homem que atendesse mulheres. Foi ainda mais difícil achar alguém que topasse gravar. Eu desisti da busca, mas o diabinho no meu ombro – ou seria mais adequado dizer na minha bct? – instalou a curiosidade. Como seria estar do outro lado? Eu, que havia sido puta, agora estava em posição de contratar. Poderia ser uma posição interessante.
Zapeando pela Fatal Model, encontrei modelos que fugiam do padrão de acompanhantes homens, que costumam variar de rato de academia a lolito. Até dominador profissional encontrei por lá, mas confesso que a minha praia é dominar e acabei preferindo um atendimento “convencional”. Com cachês que variam entre 200 e 1.000 reais, há um cardápio amplo para uma bela iFoda.
Pois bem, depois de mandar mensagens para alguns candidatos em potencial, fiz a minha escolha. Confesso que a ortografia impecável foi a cereja do bolo. Contratei esse belo, aparentemente inteligente – e gostoso – protótipo masculino para a noite seguinte.
Finalmente consigo entender a emoção que tomava os meus clientes quando se encontravam comigo. Creio ter sentido algo parecido nas horas que antecederam o encontro. Um misto de ansiedade, nervosismo e desejo me embriagaram. Pensei 200 vezes em cancelar, me achando ridícula por fazer aquilo. Era puro capricho e luxúria, já que eu não ia gravar conteúdo. Também me senti esquisita sabendo que qualquer foda mediana com algum contatinho trivial estava a um clique no celular, mas não com a praticidade que eu queria. Tipo pizza e Netflix.
Além disso, eu queria vivenciar a sensação de pagar alguém por sexo. Algo corriqueiro para os homens, mas um tanto quanto absurdo para uma mulher. O que não surpreende, já que o nosso direito ao prazer foi negado por tantos séculos. Há quem ainda precise de mapa para encontrar o clitóris.
Mas continuando… No mesmo minuto em que achei que fosse infartar de tanta ansiedade, a portaria me ligou, pedindo para liberar o Sr. Fulano. Congelei por um segundo, porque, obviamente, o nome de pessoa física era diferente da pessoa jurídica. Me arrastei até a porta e forcei um sorrisinho nervoso.
Cheiroso, sorridente, uma presença inescapável. A conversa fluía enquanto eu tomava um vinho pra relaxar. Preciso confessar que, apesar do papo divertido, os cacoetes da profissão – chamar de amor, bebê, linda e gata – me irritaram um pouco.
— Posso te pedir pra não me chamar assim? Me chama de Gabi. Prefiro.
Ele ficou sem graça, mas corrigiu-se a tempo de não arruinar o meu tesão.
A conjunção carnal, que é o que vocês querem saber, foi intensa. Claramente, ele sabia o que estava fazendo. Nos meus delírios de tesão, eu disse – idiotamente – mais de uma vez que ele estava na profissão certa. A boca perfeitamente encaixada no meu sexo, o compasso ritmado, elegante e forte enquanto me comia foram os pontos altos da noite. Não posso me queixar… o gozo me veio forte e abundante.
Apesar do incômodo com o tempo – eu me perguntava quanto tempo ainda tínhamos – e de um certo roteiro de foda pré-estabelecido por parte dele (comum pra quem trabalha no meio), foi uma experiência que eu recomendo a toda mulher privilegiada e bem resolvida o bastante para contratar um acompanhante.
Ver aquele homem ir embora depois de me satisfazer, sem deixar vestígios, com a mesma facilidade com que chegou, um utilitarismo quase uberístico, fez valer cada centavinho investido.
Aviso: As opiniões apresentadas no texto representam o ponto de vista da colunista e não expressam, direta ou indiretamente, as opiniões da Fatal Model.
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