Para muita gente, autoestima ainda se trata apenas de se sentir bonito por fora, como se fosse resumido à beleza física. Quando na verdade, é sobre se sentir satisfeito com seu modo de ser, agir, pensar, e claro a aparência. É a avaliação geral que fazemos de nós mesmos.
O modo como nos enxergamos afeta todos os aspectos da nossa vida, trabalho, relacionamentos, tudo. E quando se trabalha com o corpo, quando a aparência é um dos critérios de escolha de um cliente, isso fica ainda mais difícil de lidar.
Sobre não se sentir fisicamente suficiente
No que diz respeito às mulheres acompanhantes, que é o que eu vivo e posso falar com propriedade, nós frequentemente associamos algum “defeito” do nosso corpo com o fato de estarmos trabalhando pouco, com um cachê que poderia ser maior e tudo isso nos leva a pensar que somos insuficientes, imperfeitas e que uma plástica resolveria tudo.
As vezes realmente ajuda, não vamos ser hipócritas, afinal trabalhamos principalmente com a aparência, mas nossa personalidade, forma de atender, carisma e elegância contam e muito, acredite, inclusive a ponto de ser critério de escolha para os clientes.
Cirurgia plástica: um vício perigoso
Eu mesma já fiz alguns procedimentos estéticos e confesso que é uma coisa que eu adoro, mas também é perigoso, por razões médicas e por realmente se tornar um vício. O estereótipo da acompanhante costuma ser a mulher super siliconada, sarada, cabelão e lábios enormes e não estou criticando quem seja, mas alertando para o perigo de querer ser assim do dia para noite, recorrendo a procedimentos perigosos que nem são para todos os biotipos.
Pense que sua aparência como ela é, também é seu diferencial, mudar completamente pode te deixar tão igual a todo mundo, que você perde a chance de fazer seu marketing baseado nos seus diferenciais.
Autoestima é de dentro pra fora
Eu sempre tive sérios problemas de autoestima, já fui anoréxica e até hoje tenho transtorno de distorção de imagem (quando você se vê no espelho diferente do que é – no meu caso me enxergo gorda mesmo sendo magra). Mesmo depois dos procedimentos estéticos que eu sempre sonhei, silicone, lipo, continuei tendo as mesmas crises.
Isso porque é muito mais sobre como você se sente consigo mesmo do que com a sua aparência física. Então não pense que uma plástica resolverá seus problemas de auto estima, isso a gente resolve com a terapia mesmo, a cirurgia plástica é só um detalhe.
Como trabalhar a aceitação corporal
Não sou a pessoa super “positive body”, eu sempre procurei mudar o que não gostava em mim, mas algumas coisas não tem jeito, estrias, celulite, um pneuzinho aqui e ali, eu mesma não tenho nenhum talento pra dieta, então fica mais difícil. O que me ajudou muito a aceitar esses “defeitos” que nada mais são do que um corpo humano normal, foi a fotografia.
O auto retrato fez toda diferença na minha vida, serem fotos tiradas por mim me trouxe a certeza de que meu corpo era daquele jeito mesmo, sem intervenções de Photoshop ou truques e conseguir me ver de forma sensual, elegante, bonita, me fez muito bem. Inclusive já dei dicas aqui sobre como fazer fotos de si mesmo de forma profissional, já que a gente sabe que pagar alguém pra isso nem sempre é possível (fora que é uma dupla satisfação ver que você ficou linda numa foto e ela ter sido tirada por você).
Cuide de si mesmo
O autocuidado não é só sobre corpo, saúde ou estética, também é sobre a mente. Faz muito bem comprar uma roupa nova, fazer as unhas e cuidar da pele, mas já experimentou cuidar da mente? E nem estou falando de terapia, mas de proporcionar a si mesmo experiências agradáveis, como passear num lugar novo, sair com os amigos, ter um Pet ou até não fazer absolutamente nada, tudo isso também é sobre autocuidado.
Alguns sentimentos são inevitáveis, mas outros nós podemos buscar, a satisfação de sentir prazer com uma situação agradável, uma comida boa ou até uma boa noite de sono, muitas vezes só dependem de nós.
Gostou do texto? Que tal dar uma olhadinha no vídeo do canal da Fatal Model sobre pressão estética na profissão de acompanhante: