Por diversas vezes já falei aqui na minha coluna sobre os problemas que enfrentamos na profissão, e se há algo que estamos o tempo todo trabalhando para combater é o preconceito que recebemos quando decidimos falar abertamente sobre esse assunto.
Infelizmente ainda carregamos um fardo pesado ao admitir a profissão. Muita gente ainda associa essa atividade a falta de caráter, a promiscuidade, ao vinculo com o consumismo de drogas, a irresponsabilidade e à preguiça de procurar outros meios de sobrevivência.
Sempre fui alguém que procurou buscar informações e não depender das outras pessoais para que me explicasse algo, o autodidatismo, que significa aprender por contra própria, sempre fez parte da minha vida.
No artigo de hoje, quero mostrar como buscar o conhecimento pode combater os aspectos negativos desse trabalho.
Cale as vozes da ignorância com essas ferramentas contra o preconceito
Há diversos motivos pelos quais alguém decide se tornar um acompanhante e digo sempre que ninguém precisa se explicar. Essa é uma decisão totalmente subjetiva. Você já viu alguém precisar se explicar por decidir se tornar professor? Bancário? Secretária ou doméstica?
O contrário também funciona, um contratante não precisa justificar seu interesse de contratar o(a) acompanhante. Ninguém foi obrigado a justificar para a sociedade por qual motivo precisou contratar uma secretária do lar ou uma babá.
Mas existe uma arma muito poderosa que pode inibir, ou seja, barrar os argumentos de qualquer pessoa que tenta rebaixar ou menosprezar o nosso negócio. E essa arma se chama conhecimento. Para o filósofo inglês, Francis Bacon(1561-1626), conhecimento é poder.
Nossos pais não estavam errados quando na infância nos diziam que para ser alguém na vida é necessário estudar, ou que conhecimento ninguém tira da gente.
Essa é apenas uma das possibilidades. A outra é você buscar o aprendizado que precisa com base nas suas necessidades. Numa rápida pesquisa é possível encontrar diversos exemplos de pessoas que aprenderam alguns ofícios ou idiomas por conta própria.
Não se engane com a ponta do iceberg
Há quatro anos e meio, quando comecei a estudar esse mercado, não havia tanto conteúdo como existe hoje, era apenas entrevistas de outras acompanhantes relatando suas experiências.
Não existia um único site ou livro oferecendo passo a passo. Tudo que aprendi foi juntando um “quebra-cabeça” para ir entendendo as etapas.
Percebi que meus pais estavam certos. É importante estudar para tudo. Até para trabalhar com sexo pago, pois você estará lidando com pessoas e pessoas são diferentes, às vezes complexas.
O sexo em si é só a pontinha do iceberg. Pois, embaixo dessa ponta, estamos falando de personalidades diferentes, concorrência, marketing, administração das finanças, gestão do tempo, riscos com doenças, logística de transporte para quando o profissional precisa se deslocar entre motéis e hotéis, ouvir o cliente, tentar entender seus fetiches e fantasias e saber lidar com discrição.
A plataforma é uma biblioteca de conhecimento
Vestir a camisa da profissão significa estudar tudo sobre a sua área de trabalho. Você sabe qual é a história da prostituição no Brasil? O porquê uma das profissões mais antigas do mundo é tão banalizada? Que aspectos fizeram com que mulheres e homens trans e cis sentissem vergonha e medo de assumir a profissão?
Aqui no Fatal Blog mesmo há vários artigos sobre tudo que engloba esse trabalho. Conhecimentos históricos, as prostitutas que marcaram suas épocas, como se prevenir de doenças, como se comportar durante um atendimento, além de conteúdo sobre marketing, educação financeira e cuidados com a saúde física e mental.
No Youtube também tem diversos vídeos sobre a profissão e logo estreará a terceira temporada com assuntos de muita relevância para o nosso trabalho e que vão auxiliar a refletir sobre diversas questões.
A Fatal Model vai além de um site de anunciantes. A plataforma está se estruturando praticamente como uma biblioteca com muito conteúdo sobre empoderamento da profissão e educação sexual.
E é disso que precisamos, de conhecimento de causa, aprender sobre todos os assuntos que tratamos nesse meio, pois só o conhecimento e educação são capazes de repelir julgamentos e argumentos fracos de um mercado que precisa urgente de mudanças.
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