>
>
Acompanhante, aumente o seu valor e o seu cachê

Acompanhante, aumente o seu valor e o seu cachê

Foto de Redação josef.santos

Redação josef.santos

3 minutos de leitura

Sei que o título deste texto parece reduntante (ou seja, repetitivo), mas vou explicar nas próximas linhas por que valor e cachê não são as mesmas coisas.

Um dos assuntos que mais vejo sendo discutido nos grupos de acompanhantes é sobre os valores baixos que algumas colegas de profissão colocam nos seus anúncios.

De uns anos para cá, o termo ‘rapidinha’, que significa um atendimento teoricamente rápido com um valor abaixo da média, se popularizou. Entretanto, esse comportamento pode ter um reflexo negativo para os profissionais. Vamos analisar um pouco melhor essa questão? Vem comigo!

A diferença entre valor e cachê

Antes de tudo, vale lembrar que o trabalho de um profissional do sexo é uma atividade listada no CBO como uma atividade profissional. Isso nos permite dizer que esse trabalho é uma prestação de serviço.

Nesse sentido, não só podemos como devemos valorizá-lo, independentemente da opinião alheia que discorda ou que não o acha digno. Não vou entrar no mérito da dignidade ainda.

O Sebrae explica que “preço é a quantia em dinheiro que é paga por um determinado produto ou serviço. Já o valor é o que é atribuído ao seu produto e o que ele proporciona para o cliente. O valor não pode ser estimado em dinheiro e pode ser diferente para cada cliente”.

O que calcular ao definir seu valor e cachê

A pergunta que mais escuto das iniciantes nas minhas mentorias é: “Qual o valor que eu acho que elas deveriam cobrar”. E em seguida vem a justificativa: “mas é que no site tem meninas cobrando cem reais”.

A coisa já está errada quando perguntamos para terceiros quanto elas acham que a gente vale. Mesmo que essa pessoa tenha mais experiência de mercado, só a própria prestadora de serviço conhece sua própria história de vida.

Independentemente da profissão, tudo que você passou até chegar naquele momento faz parte do seu currículo. Seja estudando, trabalhando, ou cuidando do próprio lar e da família.

Lembro de um rapaz que estava querendo trabalhar como acompanhante e veio conversar comigo, disse que a única experiência dele profissional era no atletismo. Ser um atleta profissional significa ter muita persistência, treino e disciplina, dentre tantas outras qualidades, e é claro que isso tem muito valor.

Uma pessoa que passou parte da vida casada antes de se tornar acompanhante tem conhecimento sobre os problemas de casamento e entende melhor os clientes casados.

Se o profissional viajou muito no próprio país ou no exterior, terá uma grande bagagem cultural para oferecer como companhia. Ou ainda, se atuou em boates, nas ruas ou casas de massagem, também terá muita experiência para lidar com públicos diferentes.

Outros fatores também interferem no seu valor

Além da sua experiência, é necessário calcular o tempo que vai gastar para se deslocar para ir até o atendimento ou ao preparar seu local.

Se colocar na ponta do lápis esse tempo de preparação e as despesas do local ou do deslocamento, nada justifica trabalhar com rapidinha, pois não deve se contabilizar o valor apenas quando o contato físico começa. Trabalhar dessa forma é deixar dinheiro na mesa.

Outro ponto importante é que nessa contabilidade precisa incluir não apenas os gastos com o local de atendimento/deslocamento como também os custos de manutenção do profissional. Isso inclui: alimentação, maquiagem, atividade física, terapia, anúncios/marketing e cursos. Tudo deve entrar nos cálculos do seu cachê!

Quando iniciei, sempre soube que queria ser uma referência na minha área, sabia que dar descontos ou manter meu cachê na média não me faria diferente, foi necessário ter minhas próprias estratégias para que meu nome fosse uma marca com relevância.

Custos x benefícios

Não espere que os clientes valorizem seu trabalho pelo preço que oferece no anúncio. Mesmo que nem eles mesmos saibam, o que procuram é uma experiência agradável, que em outras palavras quer dizer: simpatia e educação.

Não vou citar performance no momento íntimo porque isso é relativo para cada um que contrata, nem sempre é isso que procuram. Às vezes só paciência e atenção faz o dia de alguém melhor.

E no mais, vale aquele discurso que já repeti nesta coluna algumas vezes, se for gastar mais na terapia para lidar com um atendimento ruim, então não vale a pena o desgaste.

Precificar seu cachê de forma justa é entender que o valor do seu trabalho está relacionado com os benefícios que você entrega e o quanto fica bem ao fazê-lo.


Aviso: As opiniões apresentadas no texto representam o ponto de vista da colunista e não expressam, direta ou indiretamente, as opiniões da Fatal Model.

Sobre a autora

Nina Sag é acompanhante, colunista e porta-voz do Fata Model, cria conteúdo sobre suas experiências no mercado adulto desde que entrou há mais de sete anos.

Leia mais da Colunista Nina Sag:

https://fatalprod.josef.com.br/blogcolunistas/nao-merecimento-a-crenca-que-prejudica-o-trabalho-de-acompanhante/

Filtre por título

Compartilhe este artigo:

Assine nossa newsletter
para receber mais conteúdo