Setembro é o mês da campanha de prevenção ao suicídio e queremos aproveitar o momento para perguntar se, em algum momento, você já parou para refletir sobre como o preconceito pode abalar o psicológico dos(as) acompanhantes. Embora a profissão tenha vivido importantes avanços nos últimos anos (como o reconhecimento pelo Ministério do Trabalho), infelizmente, muitas pessoas ainda tratam os profissionais com indiferença e preconceito.
Piadas e comentários maldosos e mentirosos em relação ao caráter e conduta dos acompanhantes podem afetar e fragilizar a autoestima. Isso acaba provocando sérias consequências, como a depressão, por exemplo. Por isso, aproveitando o Setembro Amarelo, convidamos você a refletir sobre o quanto certas atitudes e palavras podem causar danos graves e, em alguns casos, até irreversíveis na vida dos profissionais.
Continue a leitura e se desfaça de seus preconceitos.
Deixando o preconceito no século passado
Em nenhuma situação, as pessoas gostam de ser tratadas com desrespeito e indiferença. Sobretudo, quando o motivo para essas atitudes diz respeito à atividade profissional que exercem, ou seja, a profissão que garante a elas o ganha-pão. Não existem razões lógicas que expliquem o preconceito nem o porquê alguns ainda escolhem viver assim: agredindo o próximo através de palavras e indiferença.
Podemos pensar que aqueles que ainda escolhem ver dessa maneira estão presos no século passado, em que se acreditava que pessoas que trabalhavam com sexo viviam à margem da sociedade, pois exerciam a profissão por não terem dado certo na vida. Ou seja, por serem de família muito pobre, não terem encontrado um marido, terem contraído um doença sexualmente transmissível, entre outros.
Contudo, com o passar dos anos, foi comprovado que esses julgamos não correspondem à verdade. Trabalhar como acompanhante é uma escolha, tanto que muitos dos profissionais levam a profissão paralelamente. Ou seja, trabalham como acompanhantes e advogados, professores, arquitetos, entre outras. Por isso, deixe o preconceito para trás, pois ele não cabe mais neste século.
Cuidado com as palavras, elas podem abalar o psicológico dos(as) acompanhantes
Como você viu no tópico acima, o preconceito em relação à profissão de acompanhante tem como justificativa afirmações feitas há muitos séculos. Por isso, cuide das suas palavras, para que elas não causem danos no psicológico dos profissionais, que, assim como você, trabalham de maneira digna para se sustentar.
Por essa razão, ao contratar um(a) acompanhante, trate o profissional com educação e respeito. Não faça insinuações maldosas nem tente se mostrar superior falando com um tom de voz mais alto, pois, além de estar lidando com um ser humano que tem sentimentos e emoções, você está usufruindo de seu serviço, ou seja, você precisa do(a) profissional.
E lembre-se, tratar com respeito e gentileza os acompanhantes (contratando ou não os seus serviços) vale para todos os meses do ano, não apenas para setembro. Faça deste mês apenas um tempo de reflexão, para pensar se a maneira como você fala sobre e com os profissionais do sexo refletem ou não preconceito e indiferença.
Ei, acompanhante, cuide de sua saúde mental
Sabemos o quanto é difícil lidar com olhares julgadores e palavras ofensivas, mas queremos fortalecer você e dizer que não está sozinho(a). Existem muitas pessoas que confiam e acreditam no seu trabalho. Por isso, ainda que seja difícil, feche os olhos para o julgamento e siga de cabeça erguida.
Converse com amigos(as) que compartilham com você a profissão e faça com eles uma rede de apoio. Conversem sobre as situações enfrentadas, as angústias e se fortaleçam. Evite também atender clientes que você sabe que não tratam você com respeito e empatia. Você e a sua saúde mental não precisam lidar com o preconceito.