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É possível namorar um(a) acompanhante? Conheça alguns mitos que envolvem essa questão

É possível namorar um(a) acompanhante? Conheça alguns mitos que envolvem essa questão

Foto de Redação josef.santos

Redação josef.santos

4 minutos de leitura

Namorar ou não uma acompanhante? É possível namorar uma pessoa que tem relações sexuais com outras? Como seria a reação da família e dos amigos ao saber da profissão dessa pessoa? Ela vai se manter fiel emocionalmente? Essas e outras dúvidas permeiam a cabeça de quem está interessado numa relação com uma profissional do sexo.

Sabemos que não é fácil encarar uma sociedade tão julgadora. Se na profissão precisamos encarar essas condições diariamente para estar no nosso posto de trabalho, da mesma maneira, trazer uma pessoa para a nossa vida pessoal e vê-la passar por esses mesmos desafios para estar com a gente é doloroso.

Coisas simples do cotidiano viram obstáculos no início do relacionamento, piora se o parceiro está numa posição social de exposição profissional, é comum que ele vá evitar situações como sair de mãos dadas em público, aparecer nas fotos nas redes sociais, apresentar ao grupo de amigos, etc.

Existe um jeito menos penoso para quem decide estar nessa relação? Possivelmente exista, no entanto, tudo depende da vontade, do grau de maturidade e autoestima dos envolvidos.

Minhas Experiências Namorando Durante a Profissão

Quando comecei a trabalhar como acompanhante, sabia desde o início que não daria para misturar as coisas, então evitei situações que me colocassem nessa escolha: trabalhar ou ter relacionamento?

Naquele momento a minha prioridade era o trabalho, e por outro lado, eu tinha o pensamento que nenhum homem se interessaria romanticamente por mim dada a profissão.

Com dois anos de acompanhante, conheci um rapaz e começamos a nos conhecer, meses depois ele abriu o jogo sobre seu interesse em levar a relação para outro nível. Foi uma surpresa boa. Era uma pessoa bem relacionada socialmente e queria assumir um relacionamento comigo.

Aceitei investir na relação, que não durou mais de cinco meses porque, segundo ele, achava que não poderia me fazer feliz. Entendi isso como inseguranças e respeitei saindo da vida dele.

Essa experiência me deu margem para mudar a minha cabeça, comecei a perceber que era possível sim ter alguém. Então me dei mais uma chance e me permiti conhecer outras pessoas.

Dessa vez, foi numa boate que ambos frequentávamos, um clube de swing. Por ser um ambiente liberal e ele ser frequentador, criei expectativas que era possível dar certo, aparentemente já tinha mente aberta, então por que não?

Certa noite, houve uma festa temática nesse clube, era a Noite das Mulheres. Havia cinco gogo boys se apresentando e os únicos homens do recinto, os namorados e maridos ficaram do lado de fora até que encerrasse a apresentação.

Todas as mulheres tinham passe livre para ter contato físico com os meninos no palco, então muitas coisas rolaram. Preferi ficar assistindo de longe, sem muita empolgação com eles, porque quem me interessava estava do lado de fora.

Ele, porém, pensou que eu pudesse estar na mesma vibe das outras mulheres, ouriçadas com os dançarinos e fez uma cena de ciúmes, que aliás, se repetiria mais algumas vezes, até que eu colocasse um fim na relação.

Mitos sobre relacionar-se com acompanhantes

  1. “Ela nunca vai sair dessa vida, é muito fácil para ela”

    Muita gente acredita que somos viciadas em ganhar dinheiro fácil. Dois erros nessa frase: não existe dinheiro fácil nessa profissão e temos, sim, prazo para sairmos da profissão, mas resolver “se aposentar” é uma decisão individual e não porque o outro quer.
  2. “Ela vai te trair”

    Não precisamos trair nossos parceiros, pois sexo é algo ativo na nossa vida, o que desejamos é ter conexão emocional e damos valor quando encontramos em alguém.
  3. “A vida dela deve ser festa, bebidas e drogas”

    Não precisamos estar em festas e nem consumir drogas ou bebidas. A maioria das acompanhantes que conheço não consomem e nem gostam de estar com clientes que fazem uso da substância ilícitas.
    Sobre bebidas, preferimos não consumir durante o atendimento, pois precisamos estar atentas a tudo que acontece. Consumir álcool em excesso nos deixaria vulneráveis, então, sim, nós temos cuidado com a nossa segurança.
  4. “Tem mais chance de pegar uma doença namorando uma acompanhante”

    Cuidamos muito da nossa saúde íntima, estamos numa posição de ver diversos casos de contratantes que fazem propostas indecentes para não usar o preservativo, nosso corpo é nosso instrumento de trabalho e nossa moradia, entendemos que esse é um risco que não vale a pena financeiramente e muito menos emocionalmente.
  5. “Ela é acompanhante porque gosta de dinheiro, vai acabar com o seu”

    Trabalhamos porque gostamos da nossa independência, gostamos de dinheiro como todo mundo, mas gostamos de ganhar o nosso, de forma honesta. Ser acompanhante não é somente por questão financeira. É por liberdade, autonomia, valorização pessoal, experiências e algumas vezes pelo estilo de vida.
  6. “Vou ter sexo todo dia”

    É provável que todo dia não, afinal, há dias que trabalhamos mais e o corpo cansa, obviamente, mas também tem os dias que preferiremos estar apenas com aqueles com quem temos afeto.
  7. “Uma mulher acompanhante tem a mente aberta, vai topar tudo”

    Não é bem por aí. Se na profissão somos seletivas e só topamos aquilo que achamos que pode ser legal, por que seria diferente na vida pessoal?
  8. “Acompanhantes são mulheres carentes emocionalmente”

    A carência é um sentimento natural e de fases na vida de qualquer um. Há sim dias ou períodos que podemos estar carentes, mas nada além do normal como qualquer outra pessoa.
  9. “Minha família não vai aceitar eu namorar uma acompanhante”

    Se a família não aceita o relacionamento, o problema não é o relacionamento, é a família que muitas vezes quer proteger o envolvido. Há também um pré-julgamento da acompanhante sem ao menos dar chance de conhecer a sua índole.
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