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Entrevista com Paula Assunção, Acompanhante e Colunista Fatal Model

Entrevista com Paula Assunção, Acompanhante e Colunista Fatal Model

Foto de Redação josef.santos

Redação josef.santos

4 minutos de leitura

Gaúcha, tatuada, cheia de estilo e de personalidade singular, Essa é Paula Assunção. Ela vive em Porto Alegre, é acompanhante e vocês leitores, provavelmente, já devem ter lido algum texto dela aqui no Fatal Blog.

Nessa entrevista conversamos sobre as curiosidades que envolvem sua rotina de acompanhante, seu gosto pela escrita e seu dom para o autorretrato.

Confira nosso bate-papo e se encante um pouco mais por essa mulher que exala sensualidade.

Paula Assunção: Conheça a profissional por trás dos textos


Nina – Olá Paula! É um prazer ter você aqui na coluna, seja bem-vinda.
Conte-nos um pouco sobre você e como decidiu trabalhar como acompanhante?
Paula – Desde a adolescência tinha curiosidade com este universo, saber se era como diziam mesmo, tanto a parte positiva como a negativa. Me atraia muito o fato de encontrar com estranhos, era um fetiche pra mim, ainda é, então só monetizei, o que descobri que me atraía ainda mais, o fato de alguém querer tanto estar comigo a ponto de pagar por isso, uma questão de ego também.

Nina – Já conhecia pessoas na área?
Paula – Não conhecia ninguém, entrei na profissão indo atrás e pesquisando.

Nina – Por onde começou: boate, casa de massagem ou anúncio?
Paula – Foi em 2011 através dos chats do Terra que conheci um homem que passou a me agenciar. Infelizmente as coisas não eram tão autônomas quanto estão hoje, ele quem determinava meus clientes e eu apenas ia, sem saber nada sobre eles, o que me deu bastante aprendizado, mas também experiências ruins.

Nina – Como foi seu primeiro atendimento?
Paula – Incrível! Era um homem muito querido, alto, gordinho, gentil, bonito, que me tratou muito bem e foi com quem tive o primeiro orgasmo da minha vida, ele não acreditou quando contei isso, inclusive.

Nina – Já aconteceu alguma situação inusitada durante um atendimento?
Paula – Algumas. Durante o atendimento com um casal acabou havendo uma crise de ciúmes da parte dele e eles discutiram, mas fizeram isso enquanto ela fazia oral em mim, eu não sabia se aconselhava ou gemia hahahaha. E outra vez um cliente, já com certa idade, levou um cronômetro porque disse que o urologista aconselhou ele a manter a ereção por pelo menos 40 minutos, e ele se continha e cuidava do cronômetro a todo momento.

Nina – Você usa algum tipo de critério na hora de agendar com o cliente?
Paula – Educação é a forma da abordagem, sou muito seletiva, não tolero que use palavras ofensivas, vulgares, que mande nude e tenho sérios problemas com erros grotescos de português (hahahahaha).

Nina – Qual o melhor perfil de cliente para você?
Paula – O legítimo cavalheiro, gentil, educado, direto, mas ainda assim que não trate a situação como mera transação comercial, porque eu não o faço. Não ligo muito para aparência, tanto que não peço fotos, na verdade até gosto de não saber como eles são, acho excitante.

Nina – O que você acha que os homens precisam aprender no sexo?
Paula – Que não há receita. Nós não gostamos das mesmas coisas e do mesmo jeito, cada mulher tem suas particularidades, então não adianta ele me garantir que é o mestre em tal coisa na cama, porque uma mulher ter gostado, não quer dizer que todas gostarão, precisam aprender a perceber as coisas, perguntar e se importar com o prazer da mulher. E entenderem de uma vez por todas que o sexo do pornô não é real.

Nina – Atende casais e mulheres?
Paula – Atendo casais, mulheres sozinhas não. Eu gosto de ficar com mulheres, mas não sei o que fazer sozinha com uma, sinceramente.


Nina – O que você acha que é seu diferencial como acompanhante?
Paula – Ser seletiva e me preocupar com o cliente além do prazer sexual. Gosto de aliviar a carência deles, ouvir, aconselhar, mesmo que ele não goste do que vai ouvir, é uma forma de cuidado mesmo. Eu realmente gosto do que faço, não finjo prazer, sou sincera a ponto de falar se estiver ruim, o que não é comum em acompanhantes, pois existe a cultura de que estamos ali para agradar, mesmo que isso nos desagrade.

Nina – Quais os tipos de fantasia ou fetiches mais pedidos?
Paula – Dominação ganha disparado, talvez pelo meu perfil, por ser alta, tatuada de cabelo raspado. Mas não é algo que eu goste, prefiro perder dinheiro a fazer algo que não me deixe confortável.

Nina – Você é colunista também aqui no blog, como rolou o convite?
Paula – Quando li o blog vi uma oportunidade de expor o lado bom da profissão, mostrar que existe sim escolhas dentro do que fazemos ou não, então procurei a equipe do site para saber mais sobre as embaixadoras. Logo depois, veio o convite para ser influencer, mas não é muito meu estilo, então demonstrei interesse por ser colunista e aceitaram.

Nina – Quando você percebeu que gostava de escrever?
Paula – Quando notei que as pessoas estavam dando alguma atenção para isso, vi uma forma de ser ouvida (ou lida hehe) e desabafar, saber que o que eu escrevo pode impactar alguém me traz muita satisfação.

Nina – Quais os tipos de leitura que prefere?
Paula – Gosto de histórias reais, sejam boas ou ruins, na verdade até prefiro as ruins, histórias de vida e experiências de outras pessoas, é uma forma de pegar um atalho e aprender com elas.

Nina – Você também é autorretratista, como começou essa relação com a fotografia?
Paula – Começou com a falta de grana para pagar um fotógrafo (hahahah). Queria anunciar e via as fotos perfeitas, super produzidas e um tanto vulgares, ou que não diziam muito além de um corpo lindo, e isso não me atraiu muito, não é meu estilo. Então, pensei em como eu queria ser vista e o que gostaria de despertar, além de desejo sexual. A autofotografia me ajudou muito a melhorar minha autoestima, me ver de formas que eu mesma admire, não só fisicamente, mas a técnica da foto em si. Inclusive foi um cliente que me falou sobre o termo “autorretratista” que eu nem conhecia.

Nina – O que você mais gosta na plataforma?
Paula – A autonomia que temos pra criar nosso perfil, e a forma como eles falam da profissão, empoderada, sem preconceito, com respeito e lutando por direitos de qualquer outra profissão.

Nina – Que conselho você deixaria para quem está começando nesse mercado?
Paula – Defina e respeite seus limites. Você não precisa fazer tudo só porque está sendo paga, seja fiel a si mesma, descanse, e dinheiro não é tudo, mais vale perder alguns clientes do que se sujeitar a pessoas que vão te tratar mal, o prejuízo psicológico e financeiro será muito maior mais tarde.

Leia os textos feitos por Paula Assunção disponíveis no Fatal Blog:

https://fatalprod.josef.com.br/blogdicas/profissionais-do-sexo-como-sair-das-ruas-para-um-ambiente-seguro/
https://fatalprod.josef.com.br/blogrelatos/nem-todo-cliente-procura-por-sexo/
https://fatalprod.josef.com.br/blogrelatos/virgindade-um-problema-para-os-homens-uma-virtude-para-as-mulheres/

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