Confesso que nunca imaginei que me casaria com um cliente. Mesmo considerando uma bonita história de amor, este exemplo de romance desde que assisti ‘Uma linda mulher’. Mas quando me relacionar com um cliente deixou de ser uma cena romântica de filme para se tornar uma possibilidade da minha realidade, meu pensamento mudou. Comecei a acreditar que encontrar um marido na prostituição seria impossível, então achei melhor ter como prioridade e foco apenas ganhar dinheiro na prostituição.
A realidade da Prostituição e do Amor
Meu pensamento foi assim por um tempo, pois levei em consideração que a maioria dos clientes já era casada e comecei a me questionar por que alguém trocaria a esposa por uma acompanhante. Afinal, desde o primeiro dia entendi que o preconceito é grande demais. Alguns clientes me disseram que jamais se relacionariam com profissionais do sexo. Um foi bem direto na arrogância: “Prefiro manter meu casamento com uma mulher que não gosta de sexo e sair com prostituta, melhor ter certeza que não serei traído”.
Com o passar do tempo, percebi que cliente se apaixonar por acompanhantes não era tão difícil. E que deveria existir milhares de ‘lindas mulheres’ como Julia Roberts bem representou. Não digo apenas por minhas experiências com clientes apaixonados, mas quase todas as acompanhantes que conheci durante os três anos tinham pelo menos alguma boa história para contar. O caso mais intenso que vivi foi com um cliente bem mais velho que tive, poderia ser meu avô inclusive.
Eu tinha quase 19 anos, ele tinha 62, era viúvo. Foi tão carinhoso comigo que logo conquistou minha confiança e comecei a ir atendê-lo na casa dele. Quase não fazíamos sexo, percebi que ele queria mesmo era uma companhia jovem para preencher o vazio dele e não se sentir tão sozinho. Numa dessas visitas, ele me fez uma proposta: me convidou a parar de fazer programa e ir morar com ele. Em troca, ele me bancaria com tudo, além da moradia e alimentação, pagaria minha faculdade, investiria em algum negócio para que eu trabalhasse e ainda me daria uma mesada.
Achei a proposta linda, apenas recusei porque não tinha saído da casa dos meus pais para ir morar com alguém que me bancasse, sem ter amor envolvido, apenas pensando em dinheiro.
Amor na Prostituição: desafios e decisões
Eu tinha um pouco de medo de me envolver com clientes. Pois além das histórias bonitas e interessantes que colegas tinham compartilhado comigo, ouvi situações e desfechos tristes também. Mais de uma me contou que abandonaram a prostituição para viver a história de amor com quem se tornou ex-cliente, mas que viveram um relacionamento abusivo e tóxico. Em todos esses casos, principalmente durante brigas, ouviram: “Fui eu que te tirei daquela vida!!!”. Jogavam na cara delas sempre que tinham oportunidade.
Tive um relacionamento sério que durou menos de três meses, não o conheci na prostituição, mas ele já me conheceu sabendo quem eu era e com o que trabalhava, pois já tinha dado algumas entrevistas por causa do blog. Não deu certo porque ele nunca entendeu. Ele não conseguia confiar na minha fidelidade. Não acreditava no meu amor. Não se sentia à vontade por estar comigo. Me tratava mal e brigava comigo como se eu o traísse diariamente com vários amantes.
Pouco tempo depois que este relacionamento acabou, conheci meu ex-marido. Com quem vivi um relacionamento que durou dez anos. Por ter o conhecido como cliente, foi bem mais fácil manter um relacionamento saudável e ter recebido dele todo o respeito que faltou do outro. Aliás, tive muita sorte por tê-lo conhecido ainda mais na prostituição, foi um parceiro incrível.
A complexidade dos relacionamentos
Com estas duas experiências que vivi, já foram o suficiente para concluir que me relacionar com um cliente seria mais fácil. Apenas com o fato de não precisar me preocupar com explicações para que a pessoa tivesse o entendimento que eu gostaria que tivesse sobre minha rotina como acompanhante, já era meio caminho andado. E conversando com outras garotas que viveram experiências amorosas com clientes, chegamos à conclusão que tudo bem nos relacionar com quem come a carne onde ganhamos o pão.
Já falando da parte dos clientes que se apaixonam e se envolvem com acompanhantes, nem para todos é fácil conseguir lidar com esta paixão, muitos acabam tendo dúvidas e medos para se entregarem ao relacionamento. Admiro muito os homens que conseguem se relacionar com respeito, enxergando o lado humano da acompanhante, sabendo separar o lado profissional do pessoal.
Conclusão e Conselhos
Se você vive uma história de amor ou paixão com alguma acompanhante, saiba que não é o único, primeiro nem o último vivendo esta situação. Já recebi várias mensagens de homens me pedindo conselhos por estarem apaixonados por alguma acompanhante. Gosto muito de ajudar esses relacionamentos. Viva este amor como viveria com qualquer outra mulher! Se permita!