Conforme levantamento do INCA (Instituto Nacional de Câncer), estima-se que 1 a cada 9 homens será diagnosticado com câncer de próstata ao longo da vida – sendo a segunda principal causa de morte por câncer que acomete a ala masculina da sociedade. Por isso, embora seja mais comum em homens mais velhos (com mais de 65 anos), a prevenção por meio do diagnóstico precoce é a forma mais eficaz de evitar os danos causados pela doença.
Ainda assim, talvez por descuido e, muitas vezes, por preconceito com o exame de toque retal, muitos homens deixam de praticar o autocuidado – e acabam descobrindo a doença quando ela já está muito avançada.
Consciente dessa problemática, o instituto Lado a Lado pela Vida, em 2011, criou a campanha Novembro Azul, inspirado por um movimento semelhante, australiano, bem como pela campanha internacional Outubro Rosa, em combate ao câncer de mama. Para conhecer um pouco mais sobre o Novembro Azul, sua história e principais objetivos, siga a leitura deste artigo!
A história por trás do Novembro Azul
Pensado e criado pelo instituto Lado a Lado pela Vida, o Novembro Azul tem como principal objetivo promover, por meio de campanhas anuais, uma mudança positiva de comportamento dos homens, incentivando o hábito de zelar pela própria saúde, realizando consultas e exames preventivos ao câncer de próstata.
O instituto Lado a Lado pela Vida, por sua vez, fundado em 2009, é a única organização social brasileira que se dedica simultaneamente às duas principais causas de mortalidade – o câncer e as doenças cardiovasculares. A organização também desempenha um trabalho intenso voltado à saúde masculina – a exemplo da grandiosa campanha Novembro Azul.
Para se ter uma ideia da importância desse movimento, só em 2020, a campanha impactou mais de 82 milhões de pessoas, estando presente em 24 estados brasileiros. Com a realização de 1.500 palestras, ela ainda contabilizou o engajamento de 610 empresas em todo o país.
A cada ano, a campanha recebe um nome. Neste ano, em 2022, o movimento foi intitulado #AZULTITUDE. O nome remete à necessidade de conscientizar os homens brasileiros a terem atitude e serem protagonistas de sua saúde, cuidando dela de maneira integral.
A grande maioria dos homens têm preconceito com o exame de próstata
Um dos maiores impeditivos para que a prevenção de fato surta efeitos positivos e impeça que o câncer de próstata atinja muitos homens é, sem dúvidas, o preconceito por trás do exame realizado.
Para se ter uma ideia, conforme reportagem veicula no portal Terra, em novembro do ano passado a Sociedade Brasileira de Urologia divulgou uma pesquisa realizada pelo instituto Datafolha sobre a percepção masculina em relação ao câncer de próstata e o temido exame de toque. Apesar de 76% dos entrevistados terem consciência deste tipo de detecção, somente 32% afirmaram já terem feito o exame.
Além do medo, a maioria dos entrevistados apontou o preconceito como principal empecilho para realizar o exame, mesmo que ele seja simples, rápido e fundamental para o diagnóstico precoce. É por isso que segue sendo preciso quebrar alguns tabus e preconceitos ainda vigentes na sociedade, para que esse cenário se modifique.
E a principal fonte do preconceito com o exame é, sem dúvida, enraizada pelo machismo, já que muitos homens acreditam que “perderão sua masculinidade” após um simples toque retal. O que precisa ficar claro é que não há maior sinal de bravura, amor e respeito do que cuidar da própria saúde – já isso também impacta na vida das pessoas que nos rodeiam.
Por isso, homens, cuidem-se! Caso não haja histórico familiar, a partir dos 45 anos o exame já pode ser incluído na rotina. Do contrário, quando há um histórico familiar (pai, irmão ou tio tiveram um câncer de próstata) recomenda-se fazer a partir dos 40.