Fui mãe ainda adolescente, maternidade foi algo que nunca me atraiu, mas aconteceu. Hoje com 14 anos, meu filho mora com o pai em outro país, e não nos vemos pessoalmente há 4 anos, algo que nem preciso dizer o quanto é difícil.
Voltei a ser acompanhante não tem muito tempo, e ele descobriu pela internet, como era de se imaginar. Eu já tinha pensado em contar, mas nós que somos mães sempre pensamos que nossos filhos ainda são crianças demais, e achei que ele não teria maturidade para lidar.
Para minha surpresa e felicidade, quando expliquei para ele o quanto esse trabalho era uma escolha, e não a falta dela, ele prontamente me apoiou. Lembro dele dizer “Mãe, se você está feliz é o que importa, e eu também estou”.
Senti que venci na vida como mãe. Criar um adolescente sem preconceitos em meio ao caos que vivemos não é tarefa fácil, e no meu caso a tanto tempo sem ver ele, eu temia que eu tivesse “perdido a mão”.
Minha maior preocupação enquanto mãe, é com relação a minha profissão e meu filho, é que ele sofra bullying, é um preconceito que ele não merece (não que exista algum que seja merecido), já que a vida e escolhas são minhas, mas infelizmente não temos o controle de tudo.
Porém, ele sempre me disse não se importar, me defende quando raramente surgem situações em que tentam me ofender, e ainda tem o apoio dos amigos.
Um medo muito grande que tenho é de algum dia meu filho sentir vergonha de mim e da minha profissão, o que sinceramente seria compreensível, já que nós mesmas passamos por um longo processo até nos assumirmos publicamente como acompanhantes.
Mas, em contrapartida, meu maior orgulho na educação do meu filho é que ele respeita as mulheres como um todo, sem ver idade, cor, gênero, profissão ou qualquer outro rótulo, meu principal objetivo como mãe sempre foi esse.
Sou mãe de um(a) acompanhante, e agora?
E como uma mãe que descobre que o filho(a) é um(a) acompanhante deve lidar? Quando falamos de maternidade e o ramo de acompanhantes surgem muitas dúvidas e curiosidades.
Sabe-se que a profissão de acompanhantes pode gerar alguns riscos para quem atua na área, principalmente em decorrência do preconceito que os profissionais sofrem. E como uma mãe, a figura protetora na maioria dos casos, lida ao descobrir que seu ou sua filha é acompanhante?
Esse é o tema do podcast Acompanhadas de dia das mães, com o embaixador da marca, Gabriel Spec, e sua mãe, Jackeline Souza.
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