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Relações Sugar Baby & Daddy

Relações Sugar Baby & Daddy

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Redação josef.santos

2 minutos de leitura

Recentemente, venho conversando com integrantes do universo das relações sugar. Se você não está familiarizado com o termo, eu te explico: “Relações sugar”, ou sugar relationships, referem-se a um tipo de relacionamento em que uma pessoa mais velha ou financeiramente estável (o sugar daddy ou sugar mommy) fornece apoio financeiro, bens ou experiências luxuosas a uma pessoa mais jovem, em troca de companhia, atenção ou outros tipos de intimidade. Essas relações são frequentemente baseadas em um acordo mútuo e podem variar amplamente em termos de expectativas e dinâmica.

Conversando com alguns supostos sugar daddies, eu soube que a indignação geral vem do fato de que as sugar babies sequer trocam meia dúzia de frases e já vêm logo pedindo dinheiro ou, pior: iFood. Me pareceu, no mínimo, curioso ver mulheres em um site cujo objetivo é uma relação de troca pedindo algo tão trivial quanto uma refeição. Veja, não estamos falando de mulheres que não têm o que comer, mas sim de uma mentalidade tão rudimentar que não é possível para elas pensar na big picture – uma visão mais abrangente daquilo que pode beneficiá-las.

Sempre fui a favor das mulheres que querem algo melhor da vida, ainda que isso envolva – por que não? – sair com homens abastados, do mesmo modo como muitos homens buscam mulheres jovens e belas. Toda relação é uma troca. A natureza da transação pode variar, mas esse fato é inegável. Me envolvo com alguém porque espero algo em troca: carinho, admiração, amor, sexo ou o que quer que seja.

O que me inquieta na postura dessas mulheres é esperar tão pouco, não só do outro, mas também de si mesmas. É não ter a perspectiva de que, através desses acordos, elas possam transformar as próprias vidas. Eu também já fui uma menina de 20 e poucos anos que não pensava muito no futuro, então entendo o sentimento de que tudo o que se tem é o agora.

Porém, isso não me impede de querer pegá-las pelos ombros e gritar: Pensem no seu futuro! Invistam em conhecimento! Foquem na carreira!

A problemática dessas relações

A problemática desse tipo de relacionamento não vem apenas da nomenclatura – essa sugestão infantilóide de que essas mulheres, “frágeis em sua orfandade”, precisam de um pai. O ponto crucial é que não há, na maior parte dos casos, uma perspectiva de não depender desse suposto “patrocinador”, de buscar meios para criar a própria autonomia.

O conceito de esposa (ou amante) troféu, vindo diretamente das futilidades do TikTok e afins, parece ter contaminado a cabeça das mulheres que, quando muito, migram do iFood e salão para bolsas e sapatos.

A você, mulher que me lê: se seus devaneios envolvem um homem rico e um closet repleto daquilo que o dinheiro pode comprar, desejo profundamente que essas realizações estejam atreladas à sua capacidade de tornar a própria vida significativa, de transformar seu destino em algo que te orgulhe, de produzir a sua felicidade. Se isso for catalisado pela presença de um homem, ótimo, mas não se torne escrava de si mesma. Não abdique das rédeas da sua vida por uma ilusão tão irrisória quanto ser – única e exclusivamente – o objeto de desejo de alguém.


Já tinha feito essa reflexão sobre as relações sugar? Acompanhe nossa colunista Gabi Benvenutti nas redes sociais clicando aqui. Leia também:

https://fatalprod.josef.com.br/blogcolunistas/a-traicao-de-neymar/

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