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Se eu começasse hoje, o que faria de diferente

Se eu começasse hoje, o que faria de diferente

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Redação josef.santos

4 minutos de leitura

No mês de abril completei seis anos trabalhando como acompanhante, direto, sem pausas e há alguns dias venho refletindo sobre esse período. Se eu começasse hoje, faria algo de diferente? Mudaria alguma coisa? Me arrependi de não ter feito ou de ter feito algum atendimento?

Todas essas perguntas não mudam o meu começo, mas podem mudar e ajudar quem está nesse início. Por isso vou te contar hoje o que faria diferente de quando eu comecei.  E se está chegando agora, vou dar uma recapitulada na minha história

Abril – uma nova fase para tentar

O ano era 2017 e em abril fazia um ano que eu tinha me separado, ainda que o luto interno tivesse encerrado, me via um pouco perdida sobre minha vida profissional. Meu pequeno negócio não desenvolvia, pois eu não tinha dinheiro para investir, e tudo que eu tinha estudado sobre o mercado adulto me fascinava, mas ainda tinha um resquício de dúvidas. 

Até que um certo dia, precisei pedir ao meu ex marido o valor de trezentos reais emprestados para completar meu aluguel e ele se negou a emprestar. Não foi por pura maldade da parte dele, ainda estava chateado porque eu tinha entrado com processo para formalizar, perante o juiz, a pensão da nossa filha. 

Nunca tive dúvidas de que eu estava certa em pedir a formalização, afinal a gente não sabe o dia de amanhã, e ainda que entendesse que ele estava chateado, eu estava pedindo porque precisava e aquela atitude me doeu. Tive que ir até a mãe dele e pedir o dinheiro emprestado, que me ajudou sem fazer qualquer pergunta. 

Essa situação foi crucial para que minha decisão de trabalhar como acompanhante fosse definitiva, porque jamais me permitiria passar por aquela humilhação novamente.

Não gosto de contar essa história porque fica parecendo que eu não tinha opção, mas prefiro deixar claro que sempre tive, tenho consciência que poderia ter voltado a dar aulas antes que chegasse nesse limite. No entanto, eu sabia que se voltasse para a sala de aula ou fosse para algum outro emprego, me acomodaria. 

Então, depois de analisar todas as minhas possibilidades e a situação do empréstimo, cheguei a conclusão que eu preferiria ser julgada pelas minhas escolhas do que pelas minhas derrotas. 

Contornando os imprevistos

O primeiro passo para trabalhar como acompanhante, depois de ter estudado muito e se preparado, era criar o anúncio e para isso eu precisava de fotos. Tinha decidido que seria caseira mesmo, até porque, não tinha dinheiro extra para nada elaborado.

Nessa mesma semana que me programei para fazer, meu celular que na época, até era um aparelho até razoável (Samsung Note), deu problema e não teve conserto. Tive que usar o celular da minha filha, enquanto ela estava na escola, não tinha uma boa resolução, mas quebrava o galho. 

Também precisei arrumar um celular emprestado para receber as mensagens dos possíveis clientes até que entrasse dinheiro para comprar um novo aparelho. 

Por fim, depois do meu primeiro atendimento, que ganhei cento e cinquenta reais em menos de uma hora, mesmo que essa primeira experiência não tenha sido um sucesso, me lembro da sensação de felicidade enquanto dirigia de volta para casa. Daí em diante, não tive dúvidas de que era isso que queria fazer por um bom tempo na vida.  

Valeu a pena?

E que bons tempos minha decisão me proporcionou, cá estou eu escrevendo mais um texto para minha coluna, sentada na minha cadeira rosa bem confortável, e não com apenas um, mas dois celulares na mesinha ao lado. 

Quem digitar Nina Sag no google, hoje, vai encontrar diversas matérias onde sou citada por representar a empresa que se tornou a maior e melhor site de acompanhantes no Brasil, a Fatal Model.

Também vai encontrar meus e-books dos quais tenho muito orgulho de ter escrito, um blog com mais de cento e cinquenta posts sobre meus atendimentos, além de vários episódios de um podcast voltado para o mercado adulto com participação de ninguém menos que Bruna Surfistinha, que dispensa apresentação.

Não foi um caminho simples, porém, considerando tudo que vivenciei, as pessoas que conheci e todas as oportunidades que surgiram, não tenho dúvidas que valeu a pena. 

Então o que eu faria de diferente?

Costumo ouvir da equipe que trabalho que sou um “case de sucesso”, assim como outros colegas, e até hoje me lembro da primeira vez que alguém me disse isso. Pensei: “sério?”, pois até então não conseguia ter essa percepção. 

O fato é que, ser um caso de sucesso ou não, há uma única coisa que mudaria nesse processo, que atribuo como bem sucedido porque tive muita maturidade para escolher o que estava disposta a aceitar e o que não estava. 

O que faria de diferente era ter começado antes, sem ter que passar pelo drama de pedir dinheiro emprestado  de ter passado um ano chorando inútilmente uma separação. O que eu quero dizer com isso? Não espere as coisas na sua vida desmoronar ou chegar no fundo do poço para depois tomar uma decisão.  

E outra coisa que mudaria era o momento de contar para família ou quem fosse importante, contaria antes, aproveitaria o caos que já estava instalado e começaria sem essa preocupação sobre o que vai acontecer quando descobrirem. 

Viver a vida dupla da profissão quando se trabalha escondido, nos esgotam muito emocionalmente e impede que a gente trabalhe mais porque sempre há um medo do próximo cliente ser alguém conhecido ou que conheça alguém da família. 

Não vale a pena esse desgaste, é melhor usar a sinceridade e deixar claro que é uma decisão que vai se permitir experimentar, e apenas isso, não mudaria mais nada do que já escrevi por aqui:

https://fatalprod.josef.com.br/blogsou-anunciante/anuncios-que-vendem-5-dicas-para-quem-esta-comecando/
https://fatalprod.josef.com.br/blogdicas/me-tornei-acompanhante-e-agora/

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