Você já deve ter ouvido falar nos “vampiros emocionais”, pessoas que sugam a energia de outras, causam tristeza, desânimo, mal-estar, e nem sempre é preciso que falem ou façam algo específico, ou nem mesmo faltem com respeito, às vezes basta apenas estarem no mesmo ambiente que você.
Imagine então quando se tem um contato sexual com pessoas assim, a troca de energia e de intimidade que acontece é muito grande, sendo muitas vezes capaz de deixar a “vítima” extremamente esgotada, física e principalmente, psicologicamente.
Nós que somos acompanhantes lidamos com pessoas assim com certa frequência. Mas como lidar com isso e identificar essas pessoas?
Quem são?
Com o tempo e experiência na profissão, tive uma certa intuição de quando atender ou não algum cliente, o critério básico da educação é a primeira coisa, obviamente, mas há vampiros emocionais que nem sempre vão te tratar mal, muitos nem reparam serem assim.
Pessoas com esse traço, são geralmente narcisistas, sem empatia, vítimas de algum trauma e/ou tiveram uma criação com pais ausentes. É difícil notar essas características apenas conversando e agendando um atendimento pela internet, por isso acaba sendo algo praticamente inevitável.
Acompanhantes: alvos fáceis
Basta clicar, digitar, que você tem um encontro agendado, é fácil, rápido, e você terá a intimidade que deseja na hora que planejou, um prato cheio.
Muitos clientes que já atendi, tinham fortes características de vampiros emocionais, e faziam isso inconscientemente. Eram atendimentos onde eles relataram terem gostado muito, pelo fato de saírem se sentindo bem, renovados, felizes, relaxados, enquanto eu ficava completamente esgotada psicologicamente, nem ânimo para me levantar.
E nessas ocasiões nem sempre ocorreu algo nitidamente negativo, mas a sensação ainda era ruim. Pessimismo excessivo, comentários sobre catástrofes, contar histórias se colocando sempre como vítima, e até sarcasmo exagerado a ponto de realmente irritar, são comportamentos que lidamos com frequência, seja durante o atendimento como na conversa que o antecede.
Como se recuperar?
Se você às vezes cruza com pessoas assim e se sente dessa forma, imagina ter contato físico e sexual frequente. Muito do esgotamento mental que sentimos, vem deste contato, inúmeras vezes nos procuram apenas com a intenção de ofender, inferiorizar e deprimir.
Precisamos dispôr de um tempo e paciência que nem temos para lidar com pessoas que não tem nenhum interesse real no nosso trabalho, querem apenas tentar se sentirem melhores nos fazendo sentir piores.
Esse tipo de vampirismo emocional é ainda pior, porque dependendo de como estamos nos sentindo, algumas palavras e ações realmente nos afetam.
Nessas horas é preciso criar uma barreira emocional e não absorver, tirar um tempo para si, ficar com pessoas queridas e que nos fazem bem. Mas infelizmente esse é um luxo de poucas de nós, a imensa maioria não pode recusar trabalho e colocar sua própria saúde mental como prioridade, pois temos filhos, contas, temos que viver, como todo mundo.
Posição social não te torna superior
A clássica tentativa de quem é vampiro emocional consciente, é se usar de status social, profissão e imagem para tentar inferiorizar suas vítimas.
O que mais leio de “clientes” (aspas, porque jamais serão meus clientes, apenas me contatam) são frases do tipo:
- “Eu tenho tal profissão, e você usa o corpo para ganhar dinheiro”;
- “Eu moro em tal lugar e tenho tanto na minha conta”;
- “Eu conheço fulano e ciclano, e você não é ninguém”.
E olha que amenizei bastante as frases aqui.
Pessoas com esse tipo de comportamento, na verdade, se sentem totalmente o oposto, e precisam “sugar” outras pessoas para se auto afirmarem e acreditarem que realmente são o que dizem. Lidar com isso não é nada fácil, é triste, cansativo e revoltante.
Ser acompanhante, ou médico, advogado, empresário, e seja lá o que for, não nos torna diferentes em nada. Todos somos pessoas batalhando pelo seu sustento, algumas gostam mais da profissão que tem, outras menos, outras sofrem preconceito, outras não, mas independente disso, é o que paga nossas contas, e somos todos dignos de respeito.