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Virgindade: Um problema para os homens, uma virtude para as mulheres

Virgindade: Um problema para os homens, uma virtude para as mulheres

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Redação josef.santos

3 minutos de leitura

A virgindade ainda carrega um tabu absurdo em pleno século XXI, tanto para os homens, quanto para as mulheres. Parece ser uma daquelas coisas que nunca irão mudar, independente do quanto nós evoluímos.

Talvez um dos poucos setores da vida onde o homem é mais pressionado que a mulher, mas na verdade, são diferentes tipos de pressão.

Enquanto ele deve se livrar logo deste “problema” pra se tornar homem e não ser considerado gay, ela deve preservar seu corpo para o homem certo, na idade certa, e quanto mais velha melhor.

O menino que perde a virgindade cedo ganha o famoso tapinha nas costas da maioria dos pais, “Esse é meu filhão!”. Já a menina, imagina, vai ficar falada, ser chamada de vagabunda e coisa pior, aquela que dá pra todo mundo.

Pais, respeitem o tempo dos seus filhos.

Um fato bem triste que vem me acontecendo muito, é a procura dos meus serviços por pais que querem “resolver o problema” dos filhos menores de idade, a maioria na faixa dos 15/16 anos.

Ainda que eu deixe claro que o ato seria um crime devido a idade, eles insistem, organizam até estadia em hotéis em nome deles. Obviamente eu não vou, mas sempre fico pensando a respeito.

O motivo costuma ser o mesmo: se meu filho não transar com uma mulher agora, vai ser gay. Um direito que é praticamente tirado do homem ainda muito novo, é o de escolher quando e com quem iniciar sua vida sexual. Uma pressão imensa para demonstrar uma virilidade que muitas vezes não está em tempo de surgir.

Deixem os meninos serem crianças se quiserem! Sexo é uma escolha que não tem prazo de validade, algumas pessoas nem mesmo precisam dele, e é normal.

Assim nasce um machista

Os mesmos meninos que são forçados a conhecer o sexo antes do que gostariam, geralmente são os futuros homens machistas, que acham que a mulher foi feita para servi-los.

Conversando com uma amiga que já trabalhou em casas de massagem, ela me relatou sobre um cliente que ela já havia atendido e certa vez levou o filho de 15 anos, e ainda comentou: “Aquela ali o pai já provou, eu sei que é boa”.

O quanto isso mexe com o psicológico de um adolescente que é quase uma criança ainda? Ele cresce entendendo que mulheres são para provar, que estão à sua disposição, e isso não vale apenas para as profissionais do sexo, ele passa a enxergar toda e qualquer mulher desta forma.

Não é só uma questão de idade, ele poderia ter 20, 30 anos, ainda seria uma escolha pessoal quando e com quem ter essa intimidade.

Homem que recusa uma mulher, não é homem

Enquanto o homem tem o sexo como troféu, a mulher tem apenas o direito de não faze-lo, é o que a maioria dos pais ensinam. Por mais que até a mídia fale mais abertamente sobre vida sexual hoje em dia, é um costume quase enraizado no ser humano ter esse comportamento.

Se a menina ao fazer 18 anos chegasse para o pai e dissesse: “Pai, já fiz 18, me leva numa boate pra perder a virgindade?” Já pensaram no espanto deste pai? Mas se fosse um filho homem a cena seria totalmente aceitável.

E não são só os pais que forçam a barra, um homem adulto que não tem costume de aparecer com mulheres já é zoado pelos amigos, se ele recusa uma mulher então, é pior.

O homem não tem direito de ser seletivo, se torna menos macho aos olhos dos outros, é preciso ser o garanhão, pegador e às vezes até desrespeitar as mulheres para ganhar a admiração de outros homens. Muitas vezes até nós mulheres temos esse preconceito. Se fulano não é visto com mulher, então deve ser gay.

O que fazemos, com quem fazemos, onde e com qual idade compete apenas a cada um de nós, vamos respeitar o tempo de cada um não só no que diz respeito à vida sexual, mas a todas as escolhas, afinal assumimos sozinhos as consequências de cada uma delas.

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